quarta-feira, 27 de agosto de 2008

E as malas?

Oi? Malas? Mas já?

Sim, já! Muita gente acha que arrumar as malas pra viajar é uma coisa rápida e fácil, como se fosse passar um fim de semana na casa da vó (a-ham!), mas não é bem assim. E isso não vale só pras mulheres, não. Vale pros homens também! Eles podem esperar um pouquinho mais de tempo, mas não podem deixar pra última hora..

Claro que você não vai abrir a mala no canto do seu quarto e já colocar as coisas dentro dela, mas você pode começar a preparar uma lista de coisas que vai levar. Pode ter certeza que a sua lista vai ter muita coisa e você vai se desfazer de boa parte dela, mas esse processo é importante pra você não esquecer de nada. Antes ter que tirar da mala do que esquecer alguma coisa em casa, né?

Pra pensar na sua mala, vale pesquisar tópicos sobre o assunto nas comunidades do Orkut. Tem uns que rendem mais de 500 posts, principalmente femininos, discutindo roupas, maquiagem, absorvente, anticoncepcional e até camisinha. O importante é que lá você com certeza vai achar algo que esteja faltando na sua lista.

Quando você terminar a lista, ela vai parecer enorme. Mas no fim das contas ela não é tão enorme assim, já que muitas coisas são pequenas ou estarão dentro de um mesmo compartimento. Eu friso: é muito importante começar a pensar na mala cedo. Muita gente não dá bola pra isso e acaba passando uma semana correndo de um lado pro outro que nem louco, lembrando de coisas pra pôr na mala no meio da madrugada, ou no aeroporto meia hora antes de embarcar..

Você vai levar muita coisa que vai deixar lá, então tente não levar roupas muito "xodózinhos", que vai dar pena de deixar pra trás. Você pode até trazer de volta, mas sua mala vai ficar pesada e você vai precisar de mais de duas, com certeza. Uma dica pra quem não quiser deixar nada pra trás.. Nos EUA eles vendem aqueles sacos de vácuo baratíssimos. Sua mala vai ficar um trambolho de tão pesada, mas suas roupas vão entrar em apenas uma! Boa sorte pra carregá-la depois, caso você for viajar! Hehehehe.. mas é uma boa alternativa! Mas, gente, por favor, deixem pelo menos os tênis velhos lá, né? :D

Eu já comecei a trabalhar na minha mala faz umas duas semanas. Aqui a lista (provisória) do que vou levar:

Mala:
- 2 calças jeans (uma no corpo)
- 2 calças pretas (trabalho)
- 1 calça de ginástica
- 2 tênis pretos (um no pé), 1 bota, 1 havaianas, 1 sandália (salto?), 1 pantufa (?)
- 7 meias, 7 calcinhas, +- 7 sutiãs/tops
- três blusinhas pra sair
- três blusinhas básicas
- 3 ou 4 blusas de lã
- 2 blusas de manga comprida básicas
- pra usar em casa: 1 moleton, 1 shortinho, 2 camisetas
- 2 casacos (eu já tenho um de neve, vou me poupar uns dólares hehe)
- 2 cachecois
- 2 pijamas
- conjuntinho de roupa pra pôr por baixo
- 1 par de luvas
- 1 gorro
- 1 biquini (nunca se sabe, né?)
- 1 bolsa pra sair + 1 bolsa dia-a-dia

Extras:
- 1 toalha
- 1 conjunto de roupa de cama
- livros (?)
- fotos da família
- 1 despertador
- 1 toalha de mão
- 2 cadeados pra locker, etc.
- 1 protetor de ouvido (esse é um extra meu, pq eu tenho sono leve e qdo precisar dormir e tiver festa em casa não vou conseguir hahaha)

Remédios:
- Doril
- Anticoncepcional
- Remédio pra cólica
- Dramin
- Band-aid
- Cotonete
- Antiácido/digestivo
- Cartão com informações de saúde
(essa lista ainda vai ser melhorada, sempre lembro de uma coisa do nada!)

Necessaire:
- 1 shampoo
- 1 condicionador
- 1 creme pra pentear
- 1 sabonete líquido + esponja
- 1 sabonete íntimo
- 3 pacotes de absorvente
- 3 desodorantes (nao quero comprar lá)
- 1 adstringente + 1 esfoliante grandes
- 1 protetor solar
- 1 hidratante
- 1 creme pras mãos
- 1 perfume
- 1 talco para pé
- giletes/cera fria
- Bijouterias
- 1 escova de cabelo
- 1 pente
- maquiagem básica
- Acetona + alicate + cortador + lixa + esmalte + algodão
- 1 pinça
- 1 escova de dentes + 1 pasta

Bagagem de mão:
- Óculos escuros
- Óculos de grau
- mp4
- Documentos (passaporte, DS, etc etc etc)
- Carteira, telefones
- Manteiga de cacau
- Máquina fotográfica (+ usb, carregador e pilhas)
- 1 escova de dentes (total=2) + pasta + enxaguante pequenininho + desodorante pequeno
- 1 caneta
- Caderno/Agenda
- Rabicós e piranha
- 1 almofadinha de pescoço
- 1 trident

Comidas (pra matar a saudade do Brasil):
- massa pronta de pão-de-queijo
- guaraná em pó
- passatempo (vício maldito!)
- sonho de valsa
- leite condensado

E assim vai.. a comida é uma coisa que podem apreender na alfândega, mas eu não vou ficar sem tentar, não.. Não vivo sem passatempo, gente!

Enfim, sintam-se à vontade pra copiar a lista e se basear nela hehehe já teve umas meninas que pediram no Orkut e eu já passei e elas gostaram.. E se lembrarem de alguma outra coisa (que não seja camisinha, por favor! sem piadinhas hahaha), me avisem!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O fantasma do visto.

Gente, é praticamente setembro! Isso significa que de agora em diante praticamente tudo que se falar sobre essa viagem vai ser relacionado ao tão desejado visto. Siiim, as entrevistas já começaram a ser marcadas. Tem gente que vai ser entrevistado já no meio de Setembro. No caso do pessoal aqui de Curitiba, a Mariah (minha consultora) me disse que as entrevistas estão previstas para o fim de Outubro. Me-do!

Eu já passei por isso uma vez e quase estraguei tudo. O cara me fez uma pergunta em inglês e eu entendi outra absolutamente diferente. Minha sorte foi que eu percebi o erro, corrigi e pedi desculpas. Aquele visto foi tranquilo, mesmo com todo o trabalho que tivemos de juntar quilos e mais quilos de papelada (inútil). Depois daquela entrevista, eu peguei o costume de dizer que o terrorismo criado pela expectativa do visto é o maior responsável pelos vistos negados. O povo fica nervoso, mesmo, e acaba se embananando todo. É um prato cheio para os cônsuls assassinos.

Dessa vez, minha preocupação é ainda maior. Eu me formo esse ano e, teoricamente, meus "vínculos" com o Brasil terminam também. Claro que é mentira, já que eu dependo do salário de filha, da casa, comida e roupa lavada da mamãe e dos jogos de futebol com a irmã. Mas eles não sabem disso, malditos! Claro, eu estou simplesmente morrendo de medo de ter o visto negado. Poxa, eu sou uma intercambista exemplar. Entrei e saí dos EUA no tempo previsto, não cometi nenhum crime, não bebi (ou melhor, não fui pega bebendo hahaha) por ser menor de 21, não fiz na-di-nha de errado. Será que eles vão ter dó de mim e me dar o visto só com duas perguntinhas como da outra vez? *junta as mãos, ajoelha e reza*

De qualquer forma, já comecei a pensar nos milhões de documentos que preciso reunir pra conseguir esse maldito adesivinho no passaporte. Lembro da dificuldade que foi juntar tudo da última vez, do medo de esquecer alguma coisa em casa, de lembrar só no meio da viagem pra São Paulo, etc. Dessa vez vou fazer um triple check pra não ficar com o coração na mão às 3:15 da manhã quando achar que esqueci o passaporte no criado-mudo (claro que eu não tinha esquecido, mas não seria uma aventura tão nervosa se eu não tivesse pensado que esqueci). E, dessa vez, vou levar meus recibos de pagamento das parcelas da minha formatura. Pôxa, eu desembolsei 1.600 reais pra essa festa, why the hell eu não vou voltar pro Brasil? Hein, hein, hein? Me diz?!

Vou começar a reza desde já, apelar pros santinhos e o escambau. Mas eu não saio de São Paulo sem meu visto, não. Onjáseviu? Eu me mato pra pagar essa jossa, guardo real por real na poupança, e algum americanozinho vai me dizer que não posso ir?

Palhaçada, hein! Palhaçada! *respira*

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pagando mico de novo.

Esse mico é fresquinho.

Nós já estamos com a job offer em mãos e temos entrado em contato com a responsável do RH a respeito de moradia. Trocamos alguns emails, perguntando sobre lugares, aluguéis, etc, etc, etc. O nome dela é Rosaria, ela é super prestativa e brother como eu e a Tati costumamos chamá-la.

Hoje ela me enviou um e-mail falando sobre o housing que ela vai oferecer para os participantes do Placement e perguntou se nós estaríamos interessados. 400 dólares por mês, com um salário de 8 dólares a hora é uma facada e, claro, nós dissemos não. Entretanto, eu enviei a resposta desse e-mail com cópia pra Tati e o Guto pra eles saberem o que eu tinha dito.

Eis que recebo uma resposta da Tati: "400 é muito caro! blá blá blá.. citifront! citifront! (que é o nome do condomínio em que queremos morar) \o/". Até aí tudo bem. Eu aperto responder, escrevo uma resposta qualquer falando sobre o fato do lugar que ela está oferecendo ser um hotel, e envio. No gmail, aparece "Nova mensagem de Tatiane". Eu atualizo. De repente, leio a mensagem: "MEU DEUS, EU MANDEI PRA ROSARIA! O QUE EU FAÇO?"

Siiiiiiim, nossas duas respostas tinham ido DIRETAMENTE PARA A CAIXA DE ENTRADA DA ROSARIA! hahahahahahhaa obviamente tivemos uma crise de meia hora de riso, imaginando a reação dela diante de palavras em português misturadas com palavras em inglês como "hotel", "candlewood" (o nome do housing que ela oferece), "apartaments", etc. Sem saber o que fazer, e com medo dela ficar brava com o número de e-mails, fui designada para mandar um e-mail de retratação. Eis a mensagem:

Rosaria,

I'm sorry for the portuguese emails. Tatiane answered the copy I sent her and forgot to erase your email address. I didn't see it and answered it again and another email ended up in your mail box. I'm really, really sorry about that. We are not as stupid as we seemed to be by doing this, I promise! Lol =)

I'm sorry again.

Take care.

Marianne

(Rosaria,

Me desculpe pelos e-mails em português. Tatiane respondeu a cópia que enviei para ela e esqueceu de apagar seu endereço. Eu não vi, respondi novamente e outro e-mail acabou na sua caixa de entrada. Me desculpe, me desculpe. Nós não somos tão estúpidas como parecemos fazendo isso, eu prometo! Risadas. =)

Me desculpe novamente.

Cuide-se.

Marianne)

Sim, amigos! Eu fiz uma piadinha, pra ver se pelo menos ela encarava a pisada de bola de bom humor. Resultado? Um grande vácuo, onde ela respondeu apenas falando a respeito do housing e sem um "a" sobre os e-mails fujões.

Ficamos, claro, imaginando um e-mail dela chegando daqui 2 semanas, se não tivéssemos percebido o erro..

Marianne,

I'm sorry but can you stop sending me emails I can't understand, please?

Thank you and you're fired.

Warm regards,

Rosaria.

(Marianne,

Me desculpe, mas você pode parar de me enviar e-mail que eu não entendo, por favor?

Obrigada e você está despedida.

Cumprimentos calorosos,

Rosaria.)

Pagando mico.

Na temporada de 2006/2007, eu fui para Stratton, em Vermont. Lá, eu paguei vários micos ridículos, desde tombos exdrúxulos no gelo (um deles resultou em um hematoma do tamanho da palma da minha mão, na bunda, que demorou quase 2 meses pra sumir completamente) até situações constrangedoras com os clientes.

Uma delas é uma lembrança vívida na minha memória por ter virado piada no nosso grupo de amigos.

O restaurante onde eu trabalhava tinha duas wings (asas) onde os clientes se sentavam para comer. Dessa forma, o restaurante era dividido em duas partes, três caixas de cada lado. Na maior parte do tempo eu trabalhava na ala leste. Os caixas ficavam virados para o restaurante e, na nossa frente, ficava a parte onde era servido o café da manhã. Na frente dos outros três caixas ficava a parte onde eram montados os lanches, e naquele setor duas amigas minhas trabalhavam.

Em um dia daqueles mais movimentados, minha chefe me colocou para trabalhar na outra ala, de frente para as meninas. Por algum motivo que eu não lembro qual era, elas ficavam fazendo caretas pra mim toda hora que eu ia atender alguém e eu tinha que me conter muito pra não dar risada. Até que o fatídico mico ocorreu.

Nós sempre cumprimentávamos os clientes com How are you today, sir? ou algo parecido, e nos despedíamos com um Have a nice day. Estava eu, segurando o riso por conta das caretas, atendendo um cliente. Na hora de me despedir dele, eis que solto:

- Have a nice face, sir!

Eu tenho sérios problemas em segurar o riso e, principalmente, em rir sem emitir sons. Portanto, depois de receber uma olhada estranha do cliente e ele se retirar com cara de poucos amigos, eu comecei a rir desesperadamente. Não conseguia atender o cliente seguinte e tentei explicar para ele porque eu estava rindo, sem sucesso, claro. Pedi licença e fui para o fundo do restaurante chorando de tanto rir. As duas, claro, se torcendo de rir da minha cara.

No fim, aquilo virou a piada do dia. Era Have a nice face pra cima e pra baixo, todo mundo se perguntando se o cliente estava pensando que eu tinha insinuado que ele era feio. No fim das contas, nunca saberei de verdade. E, o pior de tudo, é que nem olhei pra cara do coitado direito pra me sentir menos culpada (ou não) pelo deslize.

O passaporte.

Na empolgação de escrever, acabei esquecendo de um passo importante pra quem está indo pros EUA pela primeira vez: a emissão do passaporte.

Quando eu fui em 2006, o passaporte ainda vinha no modelo antigo. Eu sei que algumas coisas mudaram de lá para cá, então a melhor alternativa pra quem está indo pela primeira vez é entrar em contato com a agência pedindo essas informações. Um site bacana pra quem quiser tirar as primeiras dúvidas é esse aqui. Os documentos necessários para tirar o passaporte são:

- Carteira de identidade (RG) - para os maiores de 18 anos;
- Certidão de nascimento - para os menores de 18 anos e que ainda não obtiveram a carteira de identidade;
- Certidão de casamento e carteira de identidade - para mulheres com estado civil diferente do de solteira e que não conste na identidade;
- Título de eleitor e comprovante de votação da última eleição. Na falta dos comprovantes,é necessária a apresentação de uma declaração da Justiça Eleitoral da zona de sua votação, que comprove que você está quite com as obrigações eleitorais;
- Certificado de reservista - para os requerentes do sexo masculino com idade entre 18 e 45 anos, ou declaração da Justiça Militar que comprove a situação regular. No caso de naturalizados, esses documentos são necessários para pessoas de qualquer idade;
- Certificado de naturalização, para os naturalizados;
- Cadastro de Pessoa Física (CPF);
- Duas fotografias tamanho 5x7 cm, datadas (ano com quatro dígitos) de no máximo seis meses atrás da data que o passaporte é solicitado,com fundo branco, de frente e sem adornos;
- Formulário de requerimento de passaporte modelo 219, disponível online e à venda em papelarias, preenchido à máquina ou em letra legível, com caneta esferográfica azul;
- Comprovante de pagamento da taxa em UFIRs, conforme tabela de preços. A taxa só pode ser recolhida no Banco do Brasil, por intermédio da guia GAR/FUNAPOL, em 2 (duas) vias, com apresentação do CPF do requerente, do código da tabela de preços e da unidade arrecadadora;
- Passaporte anterior, quando esse existir, pois a não apresentação deste, por qualquer motivo, implica em pagamento da taxa em dobro, conforme código de preço 004-3 da tabela.

Depois que você juntar toda essa papelada, deverá se dirigir a um posto de atendimento da Polícia Federal. Muita gente reclama da espera na fila, mas isso é relativo. Eu esperei 15 minutos, teve gente que esperou horas. O negócio é ir cedo e estar com tudo certinho, pra não haver problemas! Depois, só esperar ele ficar pronto e admirar seu mais novo filhote.. um passo a menos para os EUA! :)

Ah, só lembrando. No site da Polícia Federal você encontra todos os documentos e formulários necessários para o requerimento do passaporte.

domingo, 24 de agosto de 2008

Os posts.

Sim, os primeiros posts do blog foram feitos no mesmo dia. Eu escrevi os primeiros textos há algum tempo, por isso a pressa. A partir de agora, as atualizações vão ser um pouquinho mais espaçadas, somente quando eu tiver alguma coisa bacana pra contar sobre a viagem. Acredite, estou na pilha! Cada dia descubro alguma coisa nova, um blog novo, lembro de alguma coisa bizarra que aconteceu comigo da outra vez.. De qualquer forma, estarei aí quando tiver novidades, ok?! =)

Como eu disse no post anterior, nossas opções estavam entre Colorado e Montana. A Intercultural oferece ferramentas que facilitam a procura de emprego dos participantes Independent, onde você pode pesquisar sobre os principais destinos, informações sobre moradia, transporte, etc. Munidas desses sites, nos apaixonamos por Big Sky, em Montana. Um dos empregadores oferecia moradia de graça no hotel e a moradia era nossa maior dor-de-cabeça para nós que queremos economizar bastante. A partir disso, passamos a mandar e-mails frequentes para esse hotel.

Aí veio o balde de água fria. Eles não iriam contratar para a temporada de 2008/2009. Como assim? Pesquisa vai, pesquisa vem, descobrimos que o hotel havia pegado fogo na temporada anterior e tinha decidido não abrir as portas no inverno desse ano. Já tínhamos mais do que certeza de que iríamos para lá e, por conta disso, acabamos nos desanimando.

Então voltamos a cogitar o Colorado. Separamos algumas opções de lojas, resorts, etc., mas nada nos agradava 100%. No meio disso tudo, o Footprints, uma das ferramentas do sponsor da Intercultural, a CCUSA, começou a ser atualizado. Empregadores começaram a aparecer aos poucos lá para que enviássemos nossos perfis. No meio deles, uma bolinha azul no estado de Utah. Um emprego na cidade de Salt Lake City.

Era um destino que nunca havíamos cogitado. Salt Lake City é a capital do estado de Utah. É uma cidade de mórmons, de aproximadamente 200 mil habitantes. Muitas estações de ski ficam na proximidade, como Park City, Deer Valley, etc. A partir dessa descoberta, passamos a pesquisar coisas sobre o lugar. A maior parte dos intercambistas em Salt Lake trabalha no Aeroporto Internacional. O empregador do Footprints era a AirServ Corporation, oferecendo vagas para limpeza dos aviões, para cuidar de crianças, ajudar pessoas com deficiências físicas, etc.

Depois de muitas pesquisas, descobrimos um empregador do aeroporto, o Air Terminal Gifts, e conversando com ex-participantes que trabalharam lá nos interessamos bastante. Além da proporção de intercambistas pelo tamanho da cidade ser pequena, os empregos eram para vendedores. Ou seja, contato direto com americanos e pessoas de todos os cantos do mundo. A partir disso, eu enviava e-mails para a responsável do RH deles direto, até que ela me respondeu dizendo que ela talvez estivesse interessada e para que enviássemos nossos perfis para ela. A partir disso, o processo foi rápido. Assim que as informações deles apareceram no Footprints, enviamos nossos perfis e, 2 dias depois, estávamos com uma job offer em mãos.

Nesse processo, tivemos algumas dúvidas se deveríamos mesmo ir para Salt Lake. Mas toda vez que falávamos sobre o assunto uma onda de adrenalina entrava no recinto e ficávamos totalmente elétricas e empolgadas. E o mais engraçado é que a empolgação não passava. Se aparecia outro emprego mais "interessante" no Footprints, e a gente ameaçasse se desanimar e achar que tínhamos sido precipitadas, em menos de 10 minutos vinha outra onda de adrenalina e começávamos a falar sobre Salt Lake sem a menor dúvida de que escolhemos o lugar certo.

É importante que o intercambista conheça bem seu destino. Muita gente decide fazer esse programa sem ter idéia de onde ao menos gostaria de ir, outros decidem com apenas um lugar na cabeça. Esse tipo de atitude pode frustrar muito. Você pode acabar em um lugar que não tenha nada a ver contigo, em um emprego que você aceitou por falta de opções e até mesmo em um lugar que era "moda" por não ter pesquisado melhor. Quando estiver indo para algum lugar, tenha convicção de que é para lá que você quer ir. Se conseguir um emprego em determinado lugar, pesquise, descubra os pontos altos do lugar, lugares próximos que pode visitar, atrações da cidade, etc. Todos os lugares possuem atrativos, basta você procurar por eles para que seu intercâmbio seja nada menos que uma experiência inesquecível.

Escolhendo o destino.

Eu, a Tati e o Guto (namorado da Tati) nos inscrevemos no Work Experience no final de Abril. Por conta da nossa decisão ter sido tomada rapidamente, da expectativa que criamos, das conversas que tivemos sobre o assunto, foi um balde de água fria quando estávamos com tudo pronto e tudo que tínhamos que fazer era esperar o tempo passar.

Nessa época do ano, muitos intercambistas estão voltando dos EUA ainda, as montanhas de ski ainda não fecharam e estão bem longe de pensar na próxima temporada. É uma frustração tentar entrar em contato com empregadores perguntando sobre a temporada seguinte antes de Junho/Julho. Muitas vezes o empregador não responde, em outras diz que contratará seu international staff através de job fairs ou pede para você entrar em contato no segundo semestre.

Sendo assim, nos engajamos na busca de informações a respeito dos destinos de intercambistas. Eu já tinha na cabeça que não gostaria de voltar para Vermont, muito menos ir para estados na costa Leste dos EUA. Queria ir para o outro lado. Meu maior desejo era ir para o Havaí, de onde duas amigas tinham acabado de voltar e me deixado na pilha de ir para lá. Eu e a Tati trocávamos diversos e-mails sobre o Havaí, pesquisávamos sobre diversas coisas e acabamos, inclusive, tendo acaloradas discussões sobre isso. Eu queria ir de qualquer jeito, ela achava que não valeria a pena pelo custo de vida. No fim das contas, depois de muita conversa, descartamos a opção. Nosso desejo de ver neve era maior do que nosso desejo de ir para a praia, coisa que tínhamos feito duas semanas antes aqui no Brasil! Hehehe..

A partir disso, nossas opções viraram o Colorado e Montana. O Colorado por seus diversos resorts de ski e salários altos e Montana pelo frio e baixo custo de vida. Tínhamos certeza absoluta de que iríamos para lá.

Na hora de escolher seu destino, é importante levar diversas coisas em consideração. Não é possível encontrar um lugar onde se ganhe muito bem, pague-se pouquíssimo para viver, tenha pouquíssimos intercambistas, tenha transporte gratuito e alimentação com descontos ou gratuita. Isso é utopia. É importante que você pese seus objetivos. Se deseja aprimorar o inglês, se deseja ver neve ou praia, se quer ter um segundo emprego, se procura festas, etc. As opções existem para todos.

Nosso objetivo? Um lugar onde pudéssemos falar muito inglês. O resultado? Te conto no próximo post..

Os primeiros passos.

Os primeiros passos na hora de se inscrever para o programa são os mais chatos - talvez só superados pela coletagem de documentos para o visto. É foto de um lado, application form de outro, ler contrato em português e em inglês, atestado de bons antecedentes, teste de inglês, blá blá blá. É uma encheção de saco, sim. Por isso, o melhor é fazer isso o mais rápido possível.

Se inscrever cedo num programa de intercâmbio de trabalho é muito importante. Tanto pelo tempo que você tem pra pesquisar sobre os destinos, como para conhecer seu atendente, juntar documentos, etc. No caso de você optar por participar de uma feira de empregos, na maior parte das agências inscrever-se cedo é sinônimo de conseguir as melhores entrevistas. No meu caso, escolhi a opção Independent, mesmo decidindo não ir para o mesmo lugar que fui da última vez. Posso dizer que nem sempre as posições oferecidas por feiras são boas e você pode se frustrar ao aceitar uma proposta de emprego por medo de ficar sem nenhuma. De qualquer forma, a opção das feiras ou de Placement (em que a agência acha o emprego para você) são boas pra quem está indo pela primeira vez e não está familiarizado com o programa.

O único problema de se inscrever no Work Experience cedo é a expectativa criada nos meses seguintes, onde o tempo parece passar devagar demais. Utilize esse tempo para pesquisar os lugares que tem mais interesse, conversar com ex-participantes, descobrir os tipos de emprego que gostaria de ter, até mesmo escolher um empregador, etc. Isso pode ser um diferencial no futuro.

Escolhendo a agência.

Como eu já fiz o programa uma vez, eu estava mais do que disposta a escolher a mesma agência de antes - a Intercultural. Na minha primeira viagem eu tive todo o apoio, principalmente por ser pentelha, mesmo, na hora das dúvidas. Eu mandava e-mails quase todos os dias para os meus dois atendentes, às vezes com dúvidas bobas, e eles prontamente respondiam. Acabaram virando grandes amigos e foram os primeiros a saber dos meus primeiros passos em terras norte-americanas.

Não pesquisei outras agências e nunca tive vontade. A verdade é que prezo muito mais por atendimento e prestígio do que por preço, como muita gente faz. No meu primeiro Work Experience eu quebrei meu pulso fazendo snowboard e não tirei um centavo do bolso, apoiada pelo seguro da agência. Meus atendentes entraram em contato comigo, me ajudaram nas burocracias e eu saí mais do que satisfeita. Eu sei que a Intercultural é a agência com o programa mais caro dentre as daqui de Curitiba, mas também sei que posso contar com eles a hora que quiser.

Foi influenciada por opiniões de ex-participantes e por experiência própria que me inscrevi novamente pela Intercultural. Todo participante deve se sentir à vontade com a agência, com as pessoas que o atendem, aceitar as condições de contrato, etc. Se caso algo não te agrade, procure se informar sobre outras agências, mesmo que o preço não seja tão "agradável". A confiança é fundamental e seus pais, quando estiverem aqui, vão querer ter a certeza de que você está em boas mãos.

O início de tudo.

Eu já fiz o Work Experience USA na temporada de 2006/2007. Minha primeira experiência foi ao mesmo tempo fantástica e frustrante. Por diversas razões, que poderão ou não ser citadas aqui, eu decidi não investir no programa na temporada de 2007/2008 e passar mais tempo com a minha família. E eu não esperava que a possibilidade de ir de novo para os EUA fosse aparecer na minha frente novamente.

Eu me formo agora no final de 2008 e com a minha irmã estava planejando uma viagem de formatura para a América do Norte. Três semanas de pura diversão, programas baratos, noites em albergues, Disney e tudo mais que você puder imaginar. Até que, conversa vai, conversa vem, minha amiga Tatiane (aqui vou chamá-la sempre de Tati) mencionou o Work Experience. Ela também já foi pros EUA na temporada de 2005/2006. Mais blá blá blá, incentivado pelo fato da minha irmã ter que adiar sua formatura - e, diretamente, nossa viagem -, acabamos nos animando!

O processo foi rápido e indolor. Numa semana conversávamos sobre o assunto e não mais do que duas semanas depois estávamos com a inscrição no programa paga. Não haveria mais volta.